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Quarta-feira, 19 de Novembro 2025

CRÔNICAS

Adeus, Rabito

Ele viveu 17 anos espalhando ternura, sendo abrigo, consolo e alegria.

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Por Água Preta News
Adeus, Rabito
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Rabito não era apenas um cachorro. Era amor em forma de vida. Um coração miúdo, negro como a noite sem lua, mas capaz de iluminar a casa inteira com a alegria que trazia no peito. Pequeno no tamanho, gigante no afeto, um companheiro que não sabia dizer “eu te amo”, mas demonstrava isso todos os dias, com o olhar, com o rabo abanando e com a presença constante.

Tinha o pelo preto e lustroso, um brilho que parecia refletir a própria alma. Deitava-se no sofá, sempre ao lado de Edelvácio, Roseni e Samuel, como quem entende que o amor se faz nas coisas simples, no silêncio compartilhado, no toque, na espera. Bastava o som da chave girando no cadeado do portão para que a casa se enchesse de festa. Rabito pulava, latia e balançava o corpo inteiro, tomado por uma felicidade pura, dessas que não se explicam sem antes entender o que é o amor.

Mas nesta sexta-feira, 24 de outubro, por volta das cinco da tarde, o coraçãozinho que tanto bateu de amor cansou. Seus tutores ficaram desfeitos. Quem já perdeu um animal sabe. Não é só a ausência de um bicho. É o vazio do sofá, o silêncio que pesa, o costume que insiste em continuar mesmo depois do adeus. É procurar no chão aquele olhar de sempre e não encontrar. É uma casa que continua de pé, mas sem a presença daquela alegria especial.

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Rabito viveu 17 anos espalhando ternura, sendo abrigo, consolo e alegria. E agora, mesmo ausente, deixa uma herança que não se apaga. Deixa a lembrança de um amor sem mágoa, sem cobrança e sem vaidade, um amor que muitos humanos ainda estão aprendendo a compreender.

Que o céu dos cachorros o receba com gramados verdes, sol morno e o descanso merecido de quem cumpriu sua missão com fidelidade e doçura. E que nós, que ficamos, aprendamos com esse animalzinho a valorizar cada reencontro, a perdoar sem demora e a amar com o entusiasmo que só os cachorros sabem fazer.

A morte de um animal é uma dor silenciosa, quase secreta. Há quem não entenda o tamanho do buraco que um ser tão pequeno pode deixar em nós. Mas Rabito não era só um cachorro, repito. Era companhia, alegria constante. Era o guardião das horas difíceis e o riso fácil das tardes comuns.

Ele ensinou que o amor é presença, fidelidade e festa pelo simples fato de existir alguém a quem se queira bem. Que sua lembrança nos ensine a agradecer pelos reencontros e a nunca deixar de celebrar a vida, mesmo quando ela insiste em se despedir.

Vai em paz, Rabito.

 

FONTE/CRÉDITOS: Crônica de Edelvânio Pinheiro
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