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Sabado, 22 de Marco de 2025

Crônicas

O controle da TV é um truque infalível para trazer Eben de volta

Aos seis meses, os bebês começam a se movimentar de forma mais coordenada, engatinhando ou se arrastando pelo chão.

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Por Água Preta News
O controle da TV é um truque infalível para trazer Eben de volta
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Nesta manhã de sol de verão, enquanto muitos se preparam para o carnaval, ajoelho-me em meu quarto com a reverência que o Criador merece. Agradeço pelo meu ultimogênito, Eben Howard, um farol de paz, alegria e tranquilidade em meio ao desafio diário que é ter um bebê em casa. Desde sua concepção, ele trouxe consigo uma luz suave, como se já soubesse, em seu pequeno coração, que sua missão era ser um porto seguro em meio às tempestades da vida.

Ontem, no início da noite, vesti nele uma calça e uma blusa rajada, estilo militar, que a madrinha e o padrinho, Dr. Kerry Anne e Waguinho, trouxeram dos Estados Unidos. A roupa parecia refletir a energia vibrante de Eben, que não para um segundo. Para gastar um pouco dessa energia resolvi fazer exercícios militares — claro, adaptados para sua idade.

Aos seis meses, os bebês começam a se movimentar de forma mais coordenada, engatinhando ou se arrastando pelo chão. É um padrão de desenvolvimento motor importante para eles, pois fortalece os músculos, melhora a coordenação e os prepara para os próximos passos — literalmente. Depois que experimentam essa independência, começam a se levantar e a "navegar" — fase em que se apoiam em móveis para explorar o ambiente. Eben, claro, é um expert em se arrastar. O tapete que comprei assim que ele nasceu já está pequeno para suas aventuras. Agora, ele sai da sala como um pequeno explorador, em busca de novas descobertas. E, a todo momento, lá estou eu ou a mãe, redirecionando-o de volta ao “território seguro”.

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O controle da TV é um truque infalível para atraí-lo de volta. Basta colocá-lo à sua frente, e ele se transforma em um pequeno cientista, analisando cada botão com uma seriedade que só um futuro engenheiro eletrônico teria. Brinco que ele puxou o tio, Tim da Eletrônica, e que, se tiver metade da inteligência dele, já será um grande profissional. Mas, no fundo, sei que o futuro de Eben será escrito por ele mesmo. Meu papel é apenas guiá-lo, com amor e gratidão, enquanto ele descobre o mundo.

Mas o controle favorito dele é o do ar-condicionado! Além de acender os números correspondentes à temperatura, faz um barulhinho que o fascina. Talvez seja o som do futuro chamando, ou apenas a curiosidade natural de um bebê que vê o mundo como um grande playground. Seja como for, é impossível não sorrir ao vê-lo tão concentrado, como se estivesse decifrando os segredos do universo.

Enquanto escrevo esta crônica, Eben dorme coladinho com a mãe, sereno como sempre. Olho para ele e penso em como cada pequeno gesto, cada descoberta, cada risada, cada reclamação dele e cada choro são parte de uma história que está apenas começando. E, no final das contas, percebo que não sou eu quem guia Eben — é ele quem me guia. Ele me ensina a ver o mundo com outros olhos, a encontrar beleza nas coisas mais simples e a agradecer, todos os dias, pela oportunidade de, apesar dos 53 anos, ser seu pai.

FONTE/CRÉDITOS: Crônica de Edelvânio Pinheiro
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