O prefeito Bentivi (PSB) disse que vai à Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (10), para o que ele chamou de (PASMEM!) "prestação de contas dos primeiros 100 dias de governo". A expectativa é de frustração, diante do cenário de insatisfação generalizada da população e da ausência de ações concretas no município. Afinal, Bentivi, até agora, só governou para seus amigos, familiares e empresários que patrocinaram sua campanha.
O evento nada tem a ver com a Câmara Municipal; Bentivi apenas solicitou o espaço. A população certamente vai observar a fala dos vereadores que forem a esse teatro, principalmente daqueles que, em vez de cobrar soluções e defender os interesses do povo, usam esses momentos para bajular, puxar o saco do prefeito. Alguns vereadores já deram sinal de que não participarão desse circo, até mesmo porque Bentivi não fez nada nesses 100 dias, a não ser fechar a porta da prefeitura por quase todo esse tempo e ficar contando mentiras nas redes sociais.
A verdade é que a realidade da população de Itanhém, neste momento, aponta para o abandono, a desorganização e a falta de compromisso de Bentivi com a coisa pública.
Nos primeiros três meses e dez dias da atual gestão, Itanhém recebeu quase 22 milhões e meio de reais, montante referente apenas ao repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sem contar outras fontes de receita municipais, como o Imposto Sobre Serviços (ISS) e demais repasses das esferas federal e estadual.
Apesar do volume expressivo de dinheiro, os servidores públicos, especialmente os profissionais da educação, ainda aguardam o pagamento dos salários de dezembro de 2024 — pendência que deveria ter sido prioridade logo nos primeiros dias do novo governo, como fizeram outros prefeitos que pegaram as prefeituras na mesma situação.
Na Prefeitura de Itanhém, este ano, o dinheiro não parou de entrar — ao contrário do que aconteceu naquela ocasião em que Bentivi entregou a prefeitura a Zulma Pinheiro (MDB) sem pagar o INSS, o que resultou no bloqueio das verbas federais. Aliás, entrou mais dinheiro para Bentivi do que para o prefeito anterior, Mildson Medeiros (Avante) nos meses iniciais da gestão. Mas a cidade parou. Quem anda pelas ruas de Itanhém e das vilas e distritos do município se depara com um cenário preocupante: estradas intrafegáveis, mesmo com poucas chuvas, vias urbanas esburacadas, alagadas, com mato tomando conta das calçadas e postes sem iluminação.
No Hospital Municipal, a situação também é crítica. As cirurgias deixaram de ser realizadas, e a falta de medicamentos atinge, principalmente, os mais pobres. Já nas escolas, a merenda é alvo de críticas por sua baixa qualidade, e o transporte escolar é precário — ou sequer existe em algumas regiões. Na zona rural e também na cidade, alunos são obrigados a caminhar longos trechos todos os dias para chegar às salas de aula, usando — ou não — o precário transporte escolar, que sequer conta com monitores nos ônibus.
O esporte, que sempre foi uma importante ferramenta de inclusão e cidadania para a juventude, continua totalmente esquecido. Não há investimentos em quadras, materiais esportivos ou qualquer iniciativa voltada ao setor.
Em vez de enfrentar os problemas, Bentivi optou por discursos e promessas vagas, e até agora passou todo esse tempo culpando o prefeito anterior — algo que Zulma Pinheiro não fez quando recebeu a prefeitura das mãos de Bentivi, em um verdadeiro caos.
Esse evento na Câmara, anunciado por Bentivi como um momento de “transparência”, soa mais como um teatro político para vereadores que usam o voto do povo para conseguir emprego para seus familiares e amigos e, por isso, se tornam aliados de olhos vendados ao prefeito.
Mas 100 dias se passaram. Dinheiro não faltou. Servidores estão sem receber. As estradas, mesmo com poucas chuvas, estão intrafegáveis. O hospital não faz mais cirurgias. Faltam remédios e equipamentos nos postos de saúde e no setor de odontologia. As ações até agora anunciadas, como calçamento da Olaria, serão feitas com recursos devolvidos pela Câmara de Vereadores.
Mesmo assim, o prefeito insiste em falar balelas e blá-blá-blás, e ainda há vereadores que se prestam a ser espectadores desse vergonhoso teatro encenado no plenário do Poder Legislativo Municipal. O povo está de olho em vocês. A população está vendo a realidade das ruas, dos postos de saúde, das escolas e dos bairros abandonados.
Vereadores foram eleitos para fiscalizar, cobrar e defender o povo — não para servir de plateia submissa a um prefeito que, até agora, só demonstrou despreparo e descaso com a população e com o município. O povo está atento. E quem trair essa confiança será lembrado nas urnas.
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