A Prefeitura de Itanhém continua de portas fechadas para a população, numa clara estratégia do prefeito Bentivi (PSB) para evitar cobranças das promessas feitas durante o período eleitoral. Dois cartazes fixados na entrada do prédio informam que há apenas trabalho interno e que o atendimento com o prefeito só ocorrerá a partir de 10 de fevereiro. A decisão tem gerado insatisfação entre os moradores, que se sentem impedidos de dialogar com a administração municipal.
Bentivi tenta vender a ideia de que recebeu o município em dificuldades financeiras, mas os números demonstram outra realidade. Em apenas 20 dias, os cofres da prefeitura já recebeu mais de R$ 3,4 milhões provenientes do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sem contar outras fontes de arrecadação municipal. A narrativa da crise financeira parece ser uma cortina de fumaça para justificar a omissão em atender às demandas da população e, principalmente, para evitar as cobranças de empregos prometidos durante a campanha.
A primeira-dama e secretária de Assistência Social, Lidiane Guimarães, declarou nas redes sociais que a Prefeitura de Itanhém foi "entregue às traças", em uma tentativa de reforçar o discurso de caos do marido. No entanto, é necessário lembrar que, quando Bentivi deixou a gestão em 1º de janeiro de 2017 para sua sucessora, Zulma Pinheiro (MDB), a então prefeita fez questão de expor a situação crítica da administração passada. Zulma chegou a instalar um outdoor no centro da cidade, produzir vídeos e expor publicamente na Praça da Prefeitura o lixo que restou da frota veicular entregue por Bentivi. Veja imagens na galeria.
Além disso, a ex-prefeita também mostrou a precariedade da maior escola da cidade, o Colégio São Bernardo, onde um adolescente morreu eletrocutado devido à falta de reforma adequada na unidade, após Bentivi ter ficado oito anos no comando da prefeitura. Esses fatos colocam em xeque a tentativa do atual gestor de reescrever a história, desviando o foco das reais necessidades da cidade e das cobranças que ele tem evitado ao manter as portas da prefeitura fechadas.
A população de Itanhém merece respeito e transparência, e a atitude do prefeito em dificultar o acesso da comunidade ao seu gabinete demonstra uma falta de compromisso com o diálogo e a democracia.
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