Nesta entrevista, conversamos com Alex Chaves, vice-prefeito de Itanhém e pré-candidato à prefeitura pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Alex compartilha suas perspectivas sobre a política local, a atuação do atual prefeito Mildson Medeiros, e os desafios de unir a base do governo em torno de um único candidato. Com um olhar crítico e esperançoso, ele aborda a importância de fortalecer o PT e explica por que acredita que seu partido tem um projeto que pode transformar Itanhém.
Edelvânio Pinheiro: O senhor mencionou inicialmente para mim que o governador da Bahia, o petista Jerônimo Rodrigues deu um "dever de casa" para o prefeito Mildson Medeiros, que seria "unir a base do governo aqui na cidade." Quais dos atuais pré-candidatos formariam essa base do governo, e como o prefeito Mildson poderia tentar uni-los?
Alex Chaves: A bem da verdade, com a capacidade política do governador e sua equipe, a base aliada é muito ampla, e hoje apenas Derilton Porto não faz parte de partidos da base do governador Jerônimo. Assim, o governador com certeza colocou no colo do prefeito uma batata quente, porque não vejo hoje condições de unir Alex Chaves, Bentivi, Magno e Caboquinho na base única.
Edelvânio Pinheiro: Considerando que o senhor e o prefeito estão, digamos, politicamente afastados, como visto nas suas redes sociais recentemente, seria possível uma reconciliação política entre vocês?
Alex Chaves: Não é possível o apoio do PT ou de Alex Chaves à reeleição de Mildson Medeiros, ou de qualquer outro candidato a prefeito. O PT definiu sua estratégia que é de reforçar as bases do partido, de Lula e de Jerônimo junto ao povo, tendo candidato a prefeito e vereadores e vereadoras. Mas o PT está aberto a parcerias que desejem o bem de Itanhém e que venham apoiar esse projeto do PT, que dá certo com Lula e Jerônimo e que vai dar certo em Itanhém.
Edelvânio Pinheiro: Mildson demonstra com clareza que é o candidato de preferência do governo da Bahia e tem uma boa relação com Jerônimo. Bentivi parece também não abrir mão. O senhor mencionou numa entrevista na Master FM que este seria o momento do PT ter seu próprio candidato. Mesmo assim, seria possível unir a base do governo em apoio a um único candidato à prefeitura da cidade?
Alex Chaves: Não. A base do governador não tem influência nos desenhos políticos em Itanhém. Aqui, cada grupo ou partido tem projetos políticos diferentes. É importante analisar que até os deputados da base do governador incentivam essas candidaturas diversas para que fortaleçam suas bases também.
Edelvânio Pinheiro: Mildson abriria mão da candidatura? Bentivi abriria? E o senhor?
Alex Chaves: Eu não abro mão da candidatura. O projeto político como vice-prefeito é inoperante, “fica-se na mão do prefeito”. O projeto político do PT de Itanhém é a candidatura própria.
Edelvânio Pinheiro: Magno Pinheiro surge como uma opção diferente dessa base do governo que o senhor cita. O fato dele representar o novo, por nunca ter ocupado qualquer cargo público, não poderia surpreender Alex Chaves, Bentivi e Mildson Medeiros e acabar sendo o próximo prefeito de Itanhém?
Alex Chaves: Magno é a mesma repetição dos “Governos Pinheiros”, não é novo. Se o povo está querendo algo novo, e está, não será com ele que terá. Assim, não creio que ele surpreenderá nesse momento.
Edelvânio Pinheiro: O governo do PT na Bahia, através de Rui Costa e Jerônimo Rodrigues, tem disponibilizado várias obras para Itanhém na gestão de Mildson Medeiros. Essas obras acabam fortalecendo uma possível candidatura de Mildson?
Alex Chaves: O problema é que a desaprovação do povo não é pelo governador, ou pelo trabalho dele, é sim pela pessoa do prefeito Mildson, pelas quebras de confiança, pelas inverdades, o que torna ineficaz o efeito das obras. Como dizem os populares, o governador pode calcar de ouro as ruas de Itanhém, pode mandar ambulâncias de cristal, que não vai convencer o povo a votar em Mildson.
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