Nesta quinta-feira (10), o prefeito de Itanhém, Bentivi (PSB), vai à Câmara de Vereadores, no início da noite, para o que chamou de "prestação de contas dos primeiros 100 dias de governo". A expectativa, no entanto, é de frustração, diante do cenário de insatisfação generalizada da população e da ausência de ações concretas no município.
Apesar da promessa de apresentar resultados, os números e a realidade vivida pelos itanheenses apontam para outro rumo: abandono, desorganização e falta de compromisso com a coisa pública.
Nos primeiros três meses e dez dias da atual gestão, Itanhém recebeu R$ 22.487.538,40 apenas em repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Foram R$ 7.799.399,10 em janeiro, R$ 6.974.470,22 em fevereiro, R$ 5.459.347,67 em março e R$ 2.254.321,43 até esta quinta-feira (10). E isso sem contar outras fontes de receita, como o Imposto Sobre Serviços (ISS) e demais arrecadações municipais e repasses federais e estaduais.
Apesar do volume expressivo de recursos, os servidores públicos, especialmente os profissionais da educação, ainda aguardam o pagamento dos salários de dezembro de 2024 — pendência que deveria ter sido prioridade logo nos primeiros dias de governo.
E o dinheiro entrou, mas a cidade parou. Quem anda pelas ruas da sede e dos distritos e vilas de Itanhém se depara com um cenário preocupante: estradas intrafegáveis mesmo com chuvas esparsas, vias urbanas esburacadas, alagadas, com mato tomando conta das calçadas e iluminação inadequada.
No Hospital Municipal, a situação também é crítica. As cirurgias deixaram de ser realizadas e a falta de medicamentos atinge, principalmente, os mais pobres. Já nas escolas, a merenda é alvo de críticas por sua baixa qualidade e o transporte escolar é precário — ou sequer existe em algumas regiões. Na zona rural e também na cidade, alunos são obrigados a caminhar longos trechos todos os dias para chegar às salas de aula.
O esporte, que sempre foi uma importante ferramenta de inclusão e cidadania para a juventude, está totalmente esquecido. Não há investimentos em quadras, materiais esportivos ou qualquer iniciativa voltada ao setor.
Em vez de enfrentar os problemas, o prefeito opta por cortinas de fumaças, discursos e promessas vagas. A ida à Câmara, anunciada como momento de “transparência”, soa mais como um teatro político para vereadores e aliados, enquanto a população continua à espera de soluções concretas.
Cem dias se passaram. Dinheiro não faltou. Mas obras e melhorias ficaram apenas no discurso. A cidade clama por gestão de verdade, e não por balelas.
Comentários: